A Engenharia divide-se em duas vertentes: de combate e de construção.
A de combate apóia as armas-base, facilitando o deslocamento das tropas
amigas, reparando estradas, pontes e eliminando os obstáculos à
progressão e, ainda, dificultando o movimento do inimigo. Uma operação
de grande envergadura, e que depende diretamente da Engenharia, é a
transposição de cursos de água obstáculo.
A Engenharia de Construção, em tempo de paz, colabora com o
desenvolvimento nacional, construindo estradas de rodagem, ferrovias, pontes,
açudes, barragens, poços artesianos e inúmeras outras
obras. |
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A Engenharia Militar Brasileira
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Por todo o
Brasil, a Engenharia abre caminhos, lança trilhos,
pereniza rios e efetua travessias. Ela é a arma de apoio
ao combate que tem como missão principal apoiar a mobilidade, a contramobilidade e a proteção, caracterizando-se como um fator
multiplicador do poder de combate. |
Engenharia: garantindo a superação dos
obstáculos do terreno |
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A Mobilidade é o conjunto de trabalhos desenvolvidos para proporcionar
as condições necessárias ao movimento contínuo
e ininterrupto de uma força amiga. Os engenheiros realizam, entre outros,
trabalhos de abertura de passagens em obstáculos, de transposição
de cursos de água, de navegação em vias interiores, de
conservação e reparação de pistas e estradas,
de destruição de posições organizadas do inimigo,
proporcionando condições para que a manobra tática obtenha
rapidamente vantagens sobre a posição do inimigo. |
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A Contramobilidade é o conjunto de trabalhos que visam
deter, retardar ou canalizar o movimento das forças
inimigas para, em princípio, contribuir na destruição
dessas forças. São trabalhos que proporcionam maior
valor defensivo ao terreno, principalmente pela
construção de obstáculos de acordo com a intenção do
comandante tático, restringindo a liberdade de manobra
do inimigo. |
Na guerra
moderna, mais Engenharia significa mais rapidez, menos
baixas. |
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A Proteção é o conjunto de trabalhos que visam
reduzir ou anular os efeitos das ações do inimigo e das
intempéries sobre a tropa e o material, proporcionando
abrigo, segurança e bem-estar e ampliando a capacidade
de sobrevivência das forças em campanha. Os engenheiros,
em função do conhecimento técnico e do pessoal e
material especializados, prestam assistência às tropas
em combate ou realizam trabalhos de fortificações,
camuflagem e instalações.
No mapa a
seguir, estão assinaladas as organizações militares de
construção e os batalhões de combate: |
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Engenharia, uma Missão Social |
Cabe à
Engenharia Militar, além de suas missões clássicas de
apoio ao combate em situação de guerra, atuar como
pioneira ou colaboradora na solução de problemas do
desenvolvimento nacional. Assim tem sido desde os tempos
coloniais, quando esteve presente nas fortificações, na
cartografia e nos arsenais, até os dias atuais, no
desenvolvimento de inúmeros trabalhos (atividades
subsidiárias) em apoio à infra-estrutura econômica
brasileira, principalmente em regiões distantes e
inóspitas, onde o emprego da iniciativa privada se torna
muito oneroso e, portanto, não atrativo.
Esses trabalhos, que incluem construção de estradas, de
ferrovias, de pontes, de viadutos, de túneis, de
aeroportos, de instalações portuárias, de açudes, de
poços artesianos, de tubulações de água e esgotos e
mapeamentos e demarcação de áreas, estão definidos na
Lei Complementar Nº 97, de 09 de junho de 1999, que
regulamenta a cooperação das Forças Armadas com o
desenvolvimento nacional e defesa civil.
Coerente com a vocação histórica do Exército Brasileiro
de colaboração com o progresso do País, o Ministro da
Defesa, José Viegas Filho, firmou com o Ministério dos
Transportes, em 06 de janeiro de 2003, um acordo para
que o Exército atue na construção, recuperação e
duplicação de rodovias federais, além de fiscalizar
obras executadas por empreiteiras da iniciativa privada.
Em prosseguimento ao acordo firmado, foram definidas
cinco propostas prioritárias para a recuperação de
estradas federais em todo o País, que prevêem o
reequipamento dos batalhões de engenharia e construção
do Exército; o emprego de batalhões de engenharia de
combate em casos emergenciais; a fiscalização de obras
rodoviárias pelo Exército; a prorrogação dos convênios
já existentes entre o Exército e o Ministério dos
Transportes e a criação de um centro de excelência de
engenharia rodoviária, com a participação do Instituto
Militar de Engenharia e de algumas entidades civis, como
universidades e centros de pesquisas. Caberá a esse
centro cuidar da pesquisa de novas tecnologias para
obras rodoviárias.
Cabe ressaltar que essas atividades subsidiárias são tão
importantes para o desenvolvimento nacional como,
também, são extremamente úteis para o adestramento dos
militares de Engenharia do Exército Brasileiro. |
PATRONO DA ENGENHARIA
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Villagran
Cabrita |
João Carlos Villagran Cabrita nasceu em
Montevidéu, onde seu pai – oficial
brasileiro – estava a serviço, no dia 30
de dezembro de 1820. Vinte e dois anos
mais tarde, foi declarado alferes-aluno.
O 1º Batalhão de Engenheiros, em junho
de 1865 – tendo Villagran como fiscal
administrativo –, partiu de seu quartel
na Praia Vermelha (RJ) para o teatro de
operações da Guerra da Tríplice Aliança,
vindo a empenhar-se em sérios embates no
final daquele ano. Em 1866,o major
Villagran Cabrita assumiu o comando do
batalhão em decorrência do afastamento
do comandante efetivo que fora comandar
uma brigada auxiliar de Artilharia.
O Exército Imperial brasileiro marchava,
célere, contra o inimigo, quando
defrontou-se com o caudaloso rio Paraná.
Àquela altura, o ritmo da campanha
impunha uma complexa transposição de
curso de água, e o Passo da Pátria foi a
área de travessia selecionada. Na margem
paraguaia, o Forte de Itapiru pairava
imponente e, do lado argentino, a imensa
planície da Província de Corrientes
proporcionava excelentes posições de
artilharia. Quase no meio do rio, na
frente do Itapiru, existia uma ilha – na
verdade um banco de areia – coberta por
vasto capinzal. Essa ilha, mais tarde
denominada ilha da Redenção ou do
Cabrita, iria transformar-se em cenário
de sangrentos combates e altar de
glórias.
Villagran Cabrita desembarcou naquele
local, na madrugada de seis de abril de
1866, com seu batalhão de 900 homens,
quatro canhões La hitte e quatro
morteiros, indo juntar-se ao 7º Batalhão
de Voluntários da Pátria, ao 14º
Provisório de Infantaria e aos
voluntários das províncias do Norte. Os
couraçados Bahia e Tamandaré e duas
canhoneiras realizavam os fogos de
proteção.
Os soldados de Villagran trabalharam
incessantemente, preparando a defesa
dessa base insular, pois era previsível
que o inimigo tentaria recuperá-la em
curto espaço de tempo.
O esforço não foi em vão. Às quatro
horas do dia dez de abril, mais de onze
mil adversários, protegidos pela densa
escuridão da madrugada, contra-atacaram
as posições brasileiras que tinham à sua
frente a figura vigilante e intrépida de
Cabrita.
A impecável atuação da Esquadra
brasileira e o destemor dos soldados de
terra negaram ao inimigo a retirada que
este tentou empreender. A refrega foi
renhida. Mais de 600 corpos do inimigo
pontilharam o arenoso solo da ilha e
outros tantos foram arrastados pelo rio
tinto de sangue.
Amanhecia o dia dez de abril de 1866,
quando, finalmente, as vibrantes notas
dos clarins do batalhão encheram os céus
com o toque da vitória. O lamentável, no
entanto, estaria por acontecer.
Villagran, enquanto redigia a parte de
combate a bordo de um lanchão, foi
atingido por uma bala de canhão 68 que
ceifou-lhe a vida, interrompendo-lhe a
brilhante carreira.
Justas homenagens foram prestadas à
memória do bravo combatente,
destacando-se a concessão da insígnia de
Cavaleiro da Ordem de Cristo pelo
Governo Imperial. Entre outras, uma
unidade do Exército, o Batalhão Escola
de Engenharia, sediado em Santa Cruz
(RJ), recebeu o glorioso nome de
Villagran Cabrita e a honra de manter
acesa a chama do heróico Batalhão de
Engenheiros.
É por demais justa a escolha dessa
figura imortal para o patronato da Arma
de Engenharia, cujo símbolo – o castelo
lendário – perpetua o trabalho dos seus
integrantes e abriga, como um templo, as
tradições e os feitos do seu ilustre
Patrono.
Patrono da Arma de Engenharia |
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