aman 62
Salve Lindo Pendão
Caros amigos,
Hoje é o dia da Bandeira do Brasil.Alguém está lembrando?Mesmo os atletas que a exibem em competições, sabem do significado do dia de hoje?Não, porquê, na visão atual, homenagear a Bandeira é ser patriota e , em sendo, é privilégio de militares e, assim, representantes da Ditadura Militar.
Nossa Nação,é única ao possuir base física com dimenções continentais;fronteiras definidas, uma só língua, uma só religião e uma população sem ódios ou disputas internas.
Em toda a história da humanidade a Bandeira foi o símbolo a servir de guia para as vitórias e instrumento de união entre povos e raças.Em países desenvolvidos e cultos, como a França ou Alemanha, em seu dia, a Bandeira Nacional é vista em cada poste ou residência.Sabem porque? Foram países que sofreram os horrores de uma guerra e que em torno de suas Bandeiras conseguiram expulsar invasores.
Na Europa se olha para cima procurando o tremular de bandeiras e no Brasil se olha para o chão.Lá existe auto-estima e cá procuramos buracos nas calçadas, fezes de cachorro e sempre encontramos vergonha de nossos representantes, impunidade e corrupção oficializada.
Lá os grevistas fazem questão de não receber os dias parados.Aqui, os governos fazem questão de ameaçar e depois pagar.Jamais imaginei que, no final de minha vida, assistiria à derrocada de meus irmãos brasileiros às promessas de governos e políticos que só pensam em aproveitar-se da miséria popular.Como todo americano do norte, a partir de hoje, minha varanda terá uma Bandeira tremulando, não a do PT, mas a minha BANDEIRA DO BRASIL.
Paulo Cesar Romero Castelo Branco, Dionísio Torres- Fort- CE,aposentado das decisões mas, ainda, patriota.
................
Com Saudade dos Bons Tempos
Há poucos dias compareci a uma solenidade no Quartel da Polícia situado na praça José Bonifácio. Construção antiga, de 1937 e de portão de ferro monumental. Em frente à praça, à esquerda, o quarteirão de casas de meu avô Joaquim Romero Cacau de Barros. Nelas nasceram meus irmãos e primos, moraram tios e avós. Hoje, tudo modificado pela ignorância social, restou uma, totalmente igual. Estilo de igrejinha foi onde viví dos 4 aos 22 anos, onde nasceram meus irmãos, onde namorei pela primeira vez e onde curti minha juventude com minha atual e única mulher.
Sem me conter, deixei a solenidade e procurei o morador. Era o filho de quem comprou de meu pai. Entrei, chorei, porque voltei 60 anos no passado. Intacta, mudando somente o cheiro de minha família e o aconchego dos amigos da época. Apesar dos carros importados do meu pai, não existe garagem, pois não havia ladrão e, se houvesse, não sabia dirigir. Ainda hoje, sonho com as cadeiras que dormiam na calçada e o portão que ficava aberto o dia e a noite. Voltando ao Quartel, visitei a capela, onde, aos domingos, minha mãe me levava à missa celebrada pelo Padre Archimedes Bruno, homem santo e sério. Por sua cultura adiantada era considerado comunista.
Olhando a praça em frente, lembrei da luta para jogar uma bola de meia ou de papo de galinha, pois os policiais, na falta do que fazer, furavam as bolas com o sabre do fuzil sob o argumento de estávamos estragando o campo. A alternativa era jogar triângulo, cabeçulinha, tampinha ou pular macaca. Olhando novamente para a bendita casa, Rua Floriano Peixoto 1550, fiquei a imaginar como meus pais conseguiam reunir tantos alunos da EPF para casar minha irmã. Muita tertúlia, ao som de uma radiola Hifi, e a vergonha de se declarar apaixonado. Em seu quintal, foi onde me ensinou a matar uma galinha: puxava o pescoço, retirava os pêlos, sangrava, e, enquanto o sangue escorria tinha que ficar batendo na panela para não coalhar.
Como vêem meus amigos, saudade não se mata, se revive.
Paulo Cesar Castelo Branco
"Publicada no Jornal "O Povo" - Seção Jornal do Leitor