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REVENDO FOTOS

 

Caros amigos,

Após o rasgando papéis, hoje, em busca de moedas persas para um amigo, resolvi repassar fotos de velhos álbuns. Dois anos de idade, sentado num “pinico”, primas amadas, amores medrosos, dedicação à pátria, juventude perdida ou entrega ao Exército brasileiro, minha amada Júlia, em que beijo era pecado, dar as mãos significava intimidade. Jovem tenente , segurança de Presidente , Comandante com foto de defunto subordinado ao meu lado , lá fui eu morar na praia vermelha - RJ . Bondinho passando e achando que eu era rico na varanda do Apto 915. Assessor de autoridade, fotos com Pinochet, realização profissional!
Viagem para o Iran, guerra do golfo, domingo de carnaval, Gen Théo Basto e Cel Adyr a despedir-me no aeroporto do RJ. No Iran , mordomias e repressões , autoridade e prestígio , importância e falsidade . Volto ao Brasil, palestra para Cmt dos Exércitos das Américas  , escada para companheiros, jogo baixo e decepção, reserva. Chego em Fortaleza e uma faixa do Camurça  "A gente está com fome de amizade ".
Aristóteles dizia: “Amigos, não tenho amigos”.
Esqueci a foto mais importante: meu querido Pai, amigo, admirador, meu fã, incentivador, crítico, e, nós dois, com um copo de whisky nas mãos.
O que fica? Meu cachorro defunto.

Paulo Cesar Romero Castelo Branco, aposentado das decisões, mas não do passado.