aman 62

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Moleques do meu tempo

 

Caros amigos,

Recebí mensagem do TC Ademar falando sobre os moleques do Brasil.
Vocês sabem que sou um inveterado saudosista, não por achar que o passado é presente, pelo contrário, é ausente.Mas como é bom relembrar sem reviver!
Soltar arraia no Ceará, papagaio no RJ, pipa em Pelotas era tudo a mesma coisa.Os aratacas estavam com a razão pela semelhança do brinquedo com o peixe.Os outros, eram frutos da baitolagem sulista.Quantos domingos fiquei no quintal de minha casa a passar cerol na linha da arraia.Quantas "Gilletes" roubei de meu santo pai para pendurar no rabo da arraia.Quantos kilos de goma tirei do armário para fazer grude e colar o papel de seda para fazer arraia.
Bola de meia? uma daquelas meias antigas de tafetá, da minha mãe, enchia de pano velho e fabricava minha bola.Cadê minha meia ?Calado, pensava: Já era!
Jogar buraco não era baralho.Três pequenas covas, onde procurava-se acertar com a cabsulinha ou bola de gude, ou bila, ou esferas de vidro para os gaúchos.
Jogar triângulo, um pedaço de arame ponteagudo para acertar no interior de um triângulo riscado na areia molhada.Chamava-se de jogos de inverno.É molhe?
Quando chovia, uma caixa de fósforo a navegar na água da coxia.
Mas, a mais horrível era o chamado pau-de-merda.De um lado do cabo de vassoura, no escuro da noite, o líder dos moleques segurava uma ponta e mandava esta inocente criança segurar a outra suja de cocô.Como explicar a minha mãe?
Hoje, esse tipo sadio de diversão é desconhecido pelas crianças.Hoje o bacana é funkar, ficar,fumar,cheirar,dar,roubar,matar,traficar,relaxar e gozar.


Cel Paulo Cesar Romero Castelo Branco, saudoso de uma infância sadia.
 

 

 

 

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