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Luiz Gonzaga Filho
LUIZ GONZAGA FILHO
Gonzaguinha, assim o chamávamos todos nós seus amigos, desde o ingresso na Escola Preparatória de Cadetes de São Paulo, em 05 março de 1957. O diminutivo do seu nome de guerra surgiu, naturalmente, não somente pela mediana estatura, mas, principalmente, pela sua afabilidade, escondida por trás de tímidos sorrisos. Aproveitava todos os licenciamentos para livrar-se dos “amáveis veteranos laranjeiras”, passando-os em Campinas, onde deixara namorada firme, com quem se casaria, mais tarde, após o aspirantado. A seriedade nas lides da caserna não o impedia de participar de um bom papo, de apreciar e jogar conversa fora, com muito bom humor e e pitadas de perspicácia. Agradáveis lembranças deste estimado companheiro, maiores do que a convivência em salas de aula da EsPSP e da AMAN, encontrei-as na EsAO, quando residimos no mesmo prédio, na Rua Gen Savaget, na Vila Militar. Mais do que meu companheiro de estudo, à noite, ele foi protagonista de um fato hilário, que se tornou importante para mim, guardado com muito apreço . Sabedor do meu compromisso de honra de abster-me, por um ano, do terrível vício de fumar, durante meses tentou-me com ofertas de um Minister.. Sua moleque insistência levou-me a fumar, dois dias antes do prazo, quando ao acender meu cigarro, soltou um largo e sarcástico sorriso, ressaltando que havia quebrado a minha palavra de honra..
Escrito por PAIXÃO-1159.
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Setembro de 2008. Cidade do Guará, Brasília DF. Não havia ninguém na rua. O Gonzaga resolveu atravessar fora da faixa, tropeçou no buraco do asfalto e caiu. O ônibus que trafegava na via não teve tempo de parar. Ficou 7 dias na UTI do hospital. Não resistiu à uma infecção. Partiu o amigo de tantas jornadas. Nossas lembranças remontam à viagem de trem do Rio para São Paulo, rumo à apresentação na Escola Preparatória, quando comentávamos sobre o mundo desconhecido que nos esperava. Nos encontramos novamente no comando de unidades , na mesma guarnição. Organizado e profundo conhecedor dos regulamentos, recebeu a missão de reorganizar o 7º BIB no seu novo aquartelamento. O 7º BIB deve a ele a eficiência de seu funcionamento nas novas instalações. Foi o reconhecimento do Cmt da Brigada, nosso ex-instrutor na Preparatória. Continuamos, na reserva, a conviver com as famílias em Brasília. Dotado de excelente memória, era a ele que eu recorria sempre que precisava de um esclarecimento ou notícias sobre algum companheiro. Sempre foi de extrema correção. Não se queixou da sorte. Atribuiu a si a culpa pelo acidente. Mesmo ferido, conseguiu orientar à sua família e declarar a inocência do motorista do ônibus. Ao grande amigo, as minhas homenagens nesse registro. Que o Senhor lhe reserve um lugar à altura do seu caráter.
J. Guagliani Bravo .
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