aman 62
O JOGADOR E O ARRAIAL |
Homenagem aos pernambucanos que ao migrarem nos trouxeram sua força de trabalho e seu linguajar.
|
O clube estava cheio, no pátio fogueira acessa, pau-de-sebo e a quadrilha “Luiz Gonzaga” bandeirinhas ornamentando e sanfoneiro acompanhado da zabumba, pandeiro e triângulo tocando. Não houve necessidade de emburacar, a festa era e foi nossa; não apareceu nenhum fuleiro, ninguém armou barraco nem bafafá; o pessoal frouxo escafedeu e o candidato assanhado estava engabelando a cabrita, entonce não aconteceu nenhuma engrisilha e o jabaculê foi mais fácil; o pessoal não é luxento nem gosta de mangar; formamos vários mangotes; marmotas ou caipiras saíram falando que a festa foi massa. O mão de vaca conseguiu uma artimanha, falou que está com xanha e fizemos um arrilique. De fora nem um zumbido. O velhaco saiu troncho e a vadia levou-o para o xilindró enquanto ele xurumingava falando que era urucubaca. Certamente o delegado disse: Teje preso! O quiprocó foi porque ele bebeu um quartim atrás do outro e colocou o pisante na mesa, depois queria obrar no meio do salão. A boneca alertou que o zambeta estava melado e não havia mata-fome nem gororoba que resolvesse, que o safado chegou com a gota-serena porque perdeu dinheiro no carteado. Arribou para não perder mais; na mesa tinha um cagado que acertava no bambo, era desenxavido e não empombava com ninguém. |
Nilo Cardoso Daltro |