aman 62

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

IRAN FRANCISCO TEIXEIRA DOS SANTOS (INT/63)


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Texto escrito pelo amigo Amaury Teixeira, editor/redator do “O Intendente 1962”, em sua edição de Nov/2014.

 

IRAN

 

            Vinha saindo da escola onde votei, quando meu telefone tocou. Por uma questão de minutos, não soou dentro da seção de votação, que teria sido motivo de constrangimento para os mesários, que não perguntaram se eu portava celular. Pela identificação no painel, o nome do amigo que chamava não me deixou dúvida: era a notícia de que o Iran falecera.
No meio da semana recebi um e-mail do Éden, outro amigo de longa data, informando que fora visitar o Iran no hospital onde estava socorrido após um AVC, e que o estado dele era crítico.
Embora esperada, a notícia é sempre chocante. Sabia que, se sobrevivesse, ficaria com sequelas. Deus o poupou desse sofrimento. Naquele momento formava-se uma rede não informal de amigos, principalmente ex-alunos do Colégio Militar, que transmitiram a infausta notícia aos demais colegas.
Conheci o Iran lá pela metade dos anos cinquenta, quando entrei no Colégio Militar. Ele já era antigo, estava lá desde o 1º ginasial, e eu cheguei transferido, já na 4ª série. Fomos nos conhecer melhor e selamos sólida amizade desde o Científico, ambos na Infantaria, embora nunca na mesma sala de aula.
Foi a época dos bailinhos, os célebres “hi-fi”, para os quais cada um levava uma bebida e os LP que possuíamos. Lá ia nossa patota: Ele, Gilson Fernandes, Justiniano, Laranjeira, Durão, e muitos outros.
Terminados os anos dourados no Colégio, a maior parte do nosso grupo tomou o caminho da AMAN. E lá fomos nós. A partir da escolha de curso, ambos na Intendência, a amizade aumentou. Nem mesmo o revés que ele sofreu e que o fez repetir a ano, nos isolou. Era comum batermos longos papos nos momentos de folga, nos intervalos das aulas, nas viagens.
O oficialato de início nos separou: eu lá em Mato Grosso, que ainda não era do Sul, ele no ano seguinte no Paraná. Mas como uma das características de nossas carreiras é a constante movimentação, voltamos a nos encontrar no Rio de Janeiro, quando ele veio fazer curso de Oficial de Manutenção e eu servia na Escola de Material Bélico.
Fato da mais alta relevância: ele, solteirão convicto, não se incomodou em perder um sambão pré-carnavalesco no calorento dezembro, trajando bermuda e camiseta, para envergar uma túnica branca e subir a serra para cruzar espada no meu casamento.
Voltamos a trabalhar juntos nos estudos da EsAO, alguns anos mais tarde. Não mais servimos no mesmo quartel, mas não deixamos de nos comunicar e reforçar os laços de amizade. Conversávamos muito em longos telefonemas ou em encontros pessoais.
Nosso último encontro vis-à-vis foi no Forte Copacabana, em dezembro de 2012, na memorável reunião do Cinquentenário. Embora Aspirante de 1963, ele sempre se considerou um Tuducax, e assim era tratado por todos nós. A última conversa telefônica, poucos dias antes dele adoecer, quando frisou a felicidade que tivera de, já na maturidade, constituir uma família.
Era de bom relacionamento, com facilidade para criar novas amizades. Ultimamente fazia parte de um grupo com amigos de longa data: Jarbas, Cramer, Jansen, Castro (Manel), Fonseca (Com/61) e o Nelson (Art/61), que realiza regulares reuniões. Relatava com prazer a alegria desses encontros. Com toda certeza os colegas sentirão o vazio deixado. Assim era ele: amigo de todos, nunca se esquecendo dos que cultivava há mais tempo.

E nós outros guardaremos sempre a lembrança desse amigo. 

 

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REGISTRO DE UMA SAUDADE!

Há amigos que, quando partem para o encontro definitivo com Deus, deixam em nós além da saudade, a lembrança dos bons momentos e do bem que um dia nos fizeram.

Há poucos dias perdemos alguns amigos. Uns, colegas de Turma, outros, dos anos anteriores ou seguintes que nos acompanharam na AMAN.

E ai, como os demais, fico pensativo... Buscando “pelo retrovisor” algum fato que tenha marcado a mina vida com um deles. E o Iran Francisco me lembrou um episódio que agora registro nesta linhas, numa singela homenagem póstuma!

Em 2007, estava em Resende para a Reunião dos Intendentes, convidado pela Chefia do Curso. Cheguei na manhã do dia marcado. Do Hotel de Trânsito fui com o amigo Mauro Nogueira da Silva, Intendente e Médico Endocronologista, também já na Reserva, para a área do C Int. Conheci o Cmt do Curso e Oficialidade. Percorri aqueles mesmos espaços do meu tempo de cadete: auditório, salas de aula, biblioteca e PC, dentre outros. Como o tempo passa ligeiro!

 

Chegou a hora de ir embora. Procurei um amigo antigão e pedi uma carona para o Rio.
Dei um giro de horizonte e a vista alcançou não menos que o velho companheiro de 1963: Iran Francisco...! Pronto: pedi e senti a concordância no ato. Embarcamos, fizemos um giro no contra-azimute, e tomamos o rumo da Rio-São Paulo. O papo começou ali mesmo e só foi terminar na Avenida Jardim Botânico, 295 em frente ao Hotel de Trânsito. Um abraço apertado, uma senhora despedida e uma amizade consolidada. Aliás, “as amizades escolares são para sempre”! Obrigado, Iran, foi uma carona extremamente oportuna e cordial. Descanse em paz! Que a luz perpétua o ilumine!

JOÃO BOSCO CAMURÇA, novembro de 2014.

 

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- O amigo Gilson Fernandes (Cav) enviou o seguinte e-mail:

“Amigos
Hoje pela manhã foi realizado o velório do Iran Francisco(2098).
A capela” A” do Cemitério do Cajú estava repleta de  parentes e muitos amigos que com ele conviveram.
Lá estávamos eu, o Cramer(2102), Cunha(285), Loureiro(1895),  Zoliah(1997),  Eden(1027), Jarbas(1566),  Jansen(723),  Cesar(789),  Geraldo (1664), Danilo(935), William(2005), Fonseca e Nilson(tu 61), Garcez(tu 63) .


Outros que não puderam comparecer enviaram mensagens de condolências que repassarei para  Celina e demais familiares. Assim foi o caso do Mascarenhas (1385 ), Pedro Monteiro (1920), Vianna ( 391) , Leonardo( 1994), Ronald ( 1954), Padilha(1700) e Amaury(1849).


Após algumas preces entoamos o grito de guerra do CMRJ, o Zum Zaravalho seguido de aplausos.
Iran era estimado por todos . Fica a saudade de um grande amigo. Na esfera celestial , seus pais, o Cel Otavio e a Sra Adilis o receberão  com muita alegria.


Gilson ( 1315)”.