As palavras vãs são como amanhãs sem vida.
Se ofensas, passam como doenças do espírito.
Se disparates, passam como males da mente.
Tantas as contrapartidas do amor e do carinho
dando vida ao seu caminho,que estas, tão somente,
são o bastante a alimentar processo tão criativo.


A Távola é uma senda que está viva em linhas retas.
A Sala abre trilhas na alma dos Poetas.
Távola e Sala são íntimos dos mesmos sonhos,
objetivos comuns que os irmanam e enobrecem.
Se novos pensares deles emanam e não fenecem,
é porque neles se alimentam e fortalecem.


São tantos os poetas que nesta fonte
vêm sorver a inspiração que os libertará;
são tantos os poetas que nela vêm
em busca da contradição voluntária
de aprender um tão improvável tudo.


Portanto, se há serpentes sibilinas
que dessas fontes se aproximam
para envenenar a água cristalina,
que os deixem intentar fazê-lo.


É que ao separá-los como joio, o zelo
de Deus defendeu os puros do perigo:
Ele gera a fé, escudo a proteger o que é trigo.
E é a pureza desta fé, que forja sua dureza.


Nada há a temer com este escudo,
pois a fé, antes de tudo, assegura
que a alma que é impura
por si própria se envenena.
E, então, a alma pura
nada mais dela terá,
senão, apenas, pena.

 

Autoria: Hiram Câmara
 Rio de Janeiro - RJ - Brasil
Todos os direitos autorais reservados ao autor
Biblioteca Nacional
 

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