Se do sonho
nasce o concreto
E do
incerto o espírito molda
o que
será nova certeza,
da
esperança surge o futuro
que se
sonha,
da fé, a
crença no impossível,
todo poeta
é assim passível
de sonhar
rimas incertas,
de se
sentir seguro
ao se
apoiar no ar,
como em
amores já vividos,
e ao morrer
então em rimas vivas,
e ainda
assim,
seguir seu
caminho, mesmo além.
É então
que a obra do Poeta faz-se mar
onde
deságuam as emoções
de seu
sonhar.
E é então
que o Poeta,
quando sofre
guarda a
dor em um poema-cofre,
em seu
coração.
E se
a este, um dia, falta
uma sístole
tardia,
todas as
rimas dão-se as mãos
e a
energia,
que delas
emanou por toda a lida
de esculpir
idéias em versos
tão
sentidos,
vêm-lhe ao
espírito
e o
socorrem.
E ao
fazê-lo, perpetuam,
nos
cofres-corações de destinos tão diversos,
as imagens
que, um dia,
fizeram
sonhos se tornarem versos.
Adia-se,
então, por séculos
o
Mandamento que o chama,
pois os
Poetas morrem apenas
quando se
apaga a luz de seus poemas
nos
corações daqueles a quem ama.
Autoria: Hiram Câmara
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