aman 62

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Festa de Aspirantado


Mas, antes de seguir destino,
há que se registrar a grande festa do

Aspirantado, realizada no dia 20 de dezembro.
A Entrega de Espadas aos novos Oficiais do Exército - um sonho realizado, uma vitória depois de muitos combates, o término de uma caminhada muito árdua, um final feliz para cada um dos Cadetes e seus familiares.

Eram ao todo 436 Cadetes (cinco do Exército Paraguaio): 122 na Infantaria (o Cadete paraguaio da Infantaria era o Evelio Fretes Mora) , 60 de Cavalaria, 69 de Artilharia, 57 de Engenharia, 20 de Comunicações, 27 de Material Bélico e 81 de Intendência.

A formatura foi marcada para as 10:00 horas no Pátio Tenente Moura, homenagem a um jovem oficial Instrutor da AMAN falecido em um acidente com aeronave que caiu no Rio Paraíba, pouco depois da instalação da então Escola Militar de Resende.

Bem antes, convidados, padrinhos, madrinhas e familiares já esperavam ansiosos, junto às janelas dos três andares do prédio que circunda o Pátio e também no térreo, a chegada dos futuros Oficiais. Do Tavares, estavam presentes sua mãe, seus irmãos Sérgio, Cláudio e Flávio e a futura noiva.


A Declaração dos Aspirantes sempre fora uma solenidade bonita e aquela não seria diferente. Os Cadetes, nos seus uniformes azuis, formados por altura, do mais alto para o mais baixo, adentram o Pátio no horário previsto, marchando ao som da Banda da Academia, com muita vibração e marcialidade.


Nessa primeira parte, eles devolvem o Espadim que, orgulhosamente, portaram por três anos.


"Para que novos cadetes o empunhem e com a convicção de tê-lo dignificado, restituo o Sabre de CAXIAS, símbolo da Honra Militar", proferem todos, a uma só voz, enérgica e vibrantemente.
Daí, cada um, marchando, deixa seu Espadim sobre uma mesa.


É cantada, com muita emoção, pelos formandos, pela última vez, a Canção da AMAN, ocasião em que diversas lembranças passam pela cabeça de cada um:


"Academia Militar,
Heróis a lutar,
Por um Brasil maior, na paz como na guerra...
Honrando as Tradições de nossa terra.
Cadete do Brasil
Conduz o teu fuzil, ao lado do Canhão,
Ao par da Engenharia, 
Da Intendência e da Cavalaria, 
(assobio)*
Somos a esperança de um Brasil inteligente
Liderança de um continente
Irmãos brasileiros, formai entre nós.
Brasileiros, sóis todos vós
Amor ao Brasil,
Amor à Bandeira,
Seja o lema da Mocidade Brasileira." 
* Este trecho do hino, atualmente, está alterado.

 

Os Cadetes saem do Pátio e vão para os seus alojamentos, a fim de trocar o uniforme. Assim, minutos depois, retornam com o uniforme branco-cinza, já com a Estrela de Aspirante, para a Cerimônia do Recebimento da Espada de Oficial, esta entregue pelos padrinhos, o que o fazem com muito orgulho e felicidade. Tavares, no entanto, assim como os seus companheiros, não receberam a Espada das mãos de mãe ou parente, como seria o certo, justamente porque, naquele ano, o Comando da Academia resolveu homenagear antigos Chefes Militares na Ativa, na Reserva e Reformados, dando, a cada um deles, a tarefa de distribuir as Espadas a um determinado número de formandos.

 

Assim se realizou o ato solene de Juramento, em que todos os formandos repetem, todos os anos, em voz alta, o seguinte:

 

 

"Recebendo a nomeação de Aspirante a Oficial do Exército,
assumo o compromisso de cumprir rigorosamente
as ordens das autoridades a que estiver subordinado;
de respeitar os meus superiores hierárquicos;
de tratar com afeição os camaradas e com bondade os subordinados; e de me dedicar inteiramente ao serviço da Pátria cuja honra, integridade e instituições,
defenderei com o sacrifício da própria vida". 

É arrepiante, este momento.

O som de todas aquelas vozes parece ressoar até o Pico das Agulhas Negras, montanha majestosa que é vista de qualquer ponto da Academia, e que é sua maior referência, além de ser um dos picos mais altos do Brasil.