aman 62
Eu, o Fofo
Queridos amigos,
Após três meses de hibernação residencial, fruto de acidente sofrido, retornei à abandonada Av. Beira-Mar para tomar sol e caminhar com minha mulher. Retirei a camisa, pois já há algum tempo, despojei-me das vaidades, da boa aparência, das reuniões sociais, e joguei fora a libido, por entender, que daqui para a frente, não devo explicações ou satisfações à ninguém.Nem a mim mesmo.
Após alguns metros vinham em minha direção, e contra o sol, alguns casais "bem-parecidos"e com ares de turistas.Ainda achando que sempre fora alvo das prostitutas e baitolas da minha terra,que sempre me olharam com ares de desejo, observei que uma das senhoras do grupo, vinha de uma certa distância, com a continência na horizontal para tapar o sol, encarando-me.Ao cruzarmos, ela disse:"COISA FOFA"!Voltei para casa, fiz a barba,roupa nova e fui desfilar no shooping.Afinal, alguém ainda acha que sou fofo.
Paulo Cesar Romero Castelo Branco, “o Fofo”