aman 62

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poesias do grande companheiro Carlô, Carlos Xavier Filho

SAUDADE E SONHO

por ocasião de visita aos amigos de Aracaju)

 

Que grande contradição, a vida me faz viver:
Hoje, aqui, perto de amigos, que há muito tempo não via,
Feliz por vê-los, felizes, os mesmos sonhos sonhar,
Saudoso de minha neta, meu bem de maior valia.

Amanhã, se Deus quiser, ao Rio vou retornar
E de Amanda, com certeza, junto estarei, que alegria!
Já no caminho a tristeza, no peito, vai se instalar,
Ao me afastar desta gente, após longa travessia.

Que Brasil tão grande é este? Lá longe nos faz viver!
Quero estar junto a vocês, sem meus queridos deixar.
Ainda bem que o sonho me faz a todos rever.

Domingo à noite estarei com minha neta a brincar!
E esse sonho, logo-logo, Sergipe me vai trazer,
Permitindo ao sonhador com os amigos conversar!

Aracaju, 05Nov05

CONVERSANDO COM DEUS

 

Algumas vezes na vida, a ti recorro, meu Pai!
Quando o coração sucumbe e, a razão, me trai!
Na infância, a obrigação, sob o jugo familiar,
Para melhor dormir e os fantasmas afastar!
Depois, anos de ouro, de alegre juventude,
Afastam-nos, em fase de doce inquietude.
Surge o amor, o encantamento com a musa eleita.
Rezar p’rá que, se a vida é tão perfeita?
Vem o trabalho, o compromisso do melhor fazer.
Horas de folga, corpo e mente querem só lazer!
Quando chegam os filhos, te encontro por instante,
P’rá eles, te pedindo, o futuro mais brilhante.
Pela filha, te lembras? Em tua casa entrei,
P’rá que não me a levasses, com toda fé orei!
E sempre foi assim, encontros espaçados,
Mas, com certeza sei, por ti abençoados!
Na varanda de casa, aos sábados, às vezes nos falamos.
Dos filhos, novamente, o que sempre conversamos.
Tu, majestoso, do Corcovado, vela quem confia.
E eu, embriagado, de whisky e nostalgia.
Às vezes, bem zangado, nas nuvens te escondes,
Porém, ao meu chamado, bem pronto me respondes.

Te digo, então: Amigo, tens que ajudar
À filha no amor, ao filho a te encontrar!
E por aí eu sigo, deixando-te de lado,
Voltando logo, logo, ao ver-me ameaçado.
Por teus fortes desígnios, aqui nos encontramos,
Teu dia celebrando, com a família que formamos,
De famílias distintas, união que o amor produz:
Os Fuchs, os Soares, Xavier e o teu nome Jesus!
Representando a todos, a ti chego Senhor!
Tão íntimos que somos, conheces meu fervor!
Além do mais, eu creio, por ver-te pouco amigo,
Nas horas que te chamo, mais atenção consigo!
Pedido especial, então te apresentamos,
Por quem começa a vida, contritos te rogamos:
Amanda e Rodrigo – enfeita os seus caminhos,
Faz deles teus amigos, sem vícios tão daninhos,
Que a juventude atraem, as vidas destruindo!
Dá-lhes felicidade, os rumos teus seguindo!
E a nós querido Pai, concede este favor:
Que a vida seja longa e grande o nosso amor,
P’rá vê-los caminhar na senda mais florida,
Encontrando-te mais tarde, a alma agradecida!

 

(Natal-2005)
(Oração pelos netos)

 

DUETO

Raízes do Amanhã


Que o pão não seja coisa só de poucos
e o amor não seja coisa só de loucos.
Que não se tenha mais essa vergonha
de revelar amor por nossa terra.
E, descerrado o manto do pudor,
que se faça o que se pode e que se sonha,
e saciada de saber toda essa gente,
de valores se alimente o coração,
e assim, o pensar e o fazer desta Nação.
Libertem, por inteiro, o Cidadão.

Que o pão não seja coisa só de poucos
e o amor não seja coisa só de loucos.
Que, na rua, as crianças, com alegria,
ladrilhem a vida, com pedrinhas da esperança
de um dia, o seu filho ser feliz.
Que o inverno seja quente para todos,
pois esse amor aquece mais do que a lã.
E assim, no verão desse País,
brilhará o sol de nosso Povo
e nesse corpo, alma e coração,
terão sido as raízes do amanhã.

Hiram Câmara

Ousada resposta a "Raízes do Amanhã"

Quando o pão na mesa de todos estiver,
Quando o amor aos sãos também vier,
Quando todos sem pejo declamarem
Amor por este chão que nos criou,
Quando mesmo sem vergonha se puder
Fazer do sonho a realidade que se quer,
Em toda a gente o coração alimentado
Por nobres sentimentos a mantê-lo inflado,
A mente plena de saber, o Cidadão por fim desamarrado.

Quando o pão na mesa de todos estiver,
Quando o amor aos sãos também vier,
E as calçadas de verde azulejadas,
De alegre juventude deixando-lhes pegadas,
Esperançosa de feliz porvir,
Quando o calor a todos atingir,
Levado pelo amor que se fará sentir,
Então, amigo, ouso lhe dizer:
Rumo ao sol terá partido o Povo,
A alma e o coração enfim libertos.
O País, agora, a caminhar na longa via
Raízes já cortadas, para atingir
- quem sabe? - essa utopia!

 

Para o AMIGO HIRAM
De Xavier
Em 11/04/05
Após ler o belíssimo "Raízes do Amanhã"

ÊXITO DE UMA VIDA

(Por ocasião de reunião da Turma em São Lourenço, 20Ago05, quando muito se falava sobre ética)


Mais uma vez reunidos os amigos,
De décadas de vida conjunta e bem vivida,
Agora e sempre em busca dos sonhos mais antigos,
De amor e retidão da juventude inesquecida.

Tristeza agora nos vem de olhar à volta
E ver quem condenou, pior fazendo.
Do peito entristecido um grito então se solta:
- Por eles eu torci, pelo Brasil torcendo!

Alegria, porém, sobre tudo se levanta
Ao concluir o acerto das rotas escolhidas
Na ética, que, realmente, a nós encanta!

Valeu o sacrifício das lutas mais renhidas,
Aqui, desfrutando, dos amigos, arte tanta,
Felizes celebrando o êxito alcançado em nossas vidas

 

(Durante apresentação do grupo musical de Jorge Zarur)

 

FORMATURA

A filha muito querida
Que Deus quase me levou,
Hoje completa seu curso
Com garra e grande louvor!

A vida lhe deu tristezas,
Mas este velho ranzinza
Rezou tanto aO lá de cima,
Que agora só tem belezas!

Futuro muito feliz:
Cuidando dos seus bichinhos
E junto do seu amor,
Vai ganhar nossos netinhos!

Com o velho pode contar,
Seja aqui ou acolá,
Pois a Ele sei pedir
Para o perigo afastar!

Vá em frente, filha amada!
Curtindo a vida legal,
Com muito amor e trabalho
Vencerá tudo afinal!

 

(por ocasião da formatura da filha Débora, como Médica Veterinária)


MEIO SÉCULO

(Durante reunião da Turma de 62, em Salvador)

 

Cinqüenta anos quase já se vão
Que eu te conheci, querido irmão!
E, aqui, quero fazer este elogio:
Foi em lugar bem próximo do Rio,
Resende, marginal do Paraíba.
Garotos dos Brasis de abaixo à arriba,
Se juntam para honrar a um só Brasil,
Em sonhos de juventude varonil.
Soldados já formados os baleiros,
Deslumbrados e nervosos os bombeiros.
Na lida diária, Macuco, Carrapicho,
“Gagá” do desespero, a “rep” assusta o bicho.
O sacrifício, a saudade da família,
Nas noites de serviço, as horas de vigília.
As namoradas, as noivas, as gurias,
Que falta elas nos fazem nesses dias.
Gaúcho da fronteira pampesina,
Arataca, curtido da seca nordestina,
Carioca, com ginga de sambista,
Estudioso e correto, esse paulista.
De origem alemã, judia ou japonesa,
Árabe, espanhola ou portuguesa.
Pretos, brancos, mulatos, amarelos,
De cadete, fardados, muito belos!
Vêm todos à Bandeira se entregar
E à Pátria amada servir e venerar!
Após três anos, retornam aos Brasis
E adestram seus soldados no uso dos fuzis.
Espalham seus conceitos de amor e retidão,
Formando a juventude, criando o cidadão.
No cadinho do dever amalgamados,
Na ética da vida, por Deus abençoados.
A cada ano aprendendo a conhecer
O povo e o chão que amam p’rá valer.
Constituem famílias, fazem filhos
Que no futuro seguirão seus trilhos.

Escolhem companheiras e amantes
Que lhes farão as vidas mais brilhantes,
Pois elas, a caserna compreendendo,
Vão, deles, o sucesso promovendo.
Seguem fiéis o juramento do soldado,
Pois até morrem pelo solo tão amado.
Galgam postos, procuram outras vias,
Mas rejeitam as benesses de ricas cortesias.
Prosseguem na busca do sublime objetivo
Que a força de seus braços mantém perene e vivo,
De fazer, deste País, a Pátria tão sonhada,
Que seja rica, forte, de gente libertada.
Essas fotos que trazem junto ao peito
Retratam, quando jovens, o seu jeito.
Agora têm os corpos já cansados,
Mas, dentro, corações ainda apaixonados.
Da luta, mesmo fracos, não desistem,
Apesar dos pesares que persistem.
E hoje, aqui de novo reunidos,
Recordam o vigor dos tempos idos
E, claro, p’ro futuro fazem planos,
Ainda que lhes sobrem menos anos,
Pois sabem que os amigos apressados,
Mais cedo, ao Criador, apresentados,
Reunidos, também, no Paraíso,
Socorro lhes trarão, se for preciso.
E, seguindo, na velhice, a diretriz
De amar cada vez mais este País,
Os últimos dirão, já bem depois:
Que bom é reunir nossa Turma, meia dois!

 

(Salvador, 31 de Outubro de 2005)
Carlos Xavier Filho(Aspirante de 1962)

 

REVIVER
(Nós dois)

 

Já muitos anos se foram
Desde que nos encontramos,
No velho Jardim do Méier,
Primeira vez que falamos.
Durante todo esse tempo
De tudo um pouco tivemos,
Alegria, dor, tristeza,
Momentos tensos e amenos.
P’rá completar nossa vida,
Muito cedo Deus mandou
Dois filhos muito queridos
E o nosso lar alegrou!
Hoje, já meio cansado,
Às vezes fico descrente,
Pensando que terminou
Tudo isso, de repente.
É nessas horas, porém,
Que você me reconforta,
Fazendo ver que a vida
P’rá nós não fechou a porta!
Que meu amor me perdoe
Se às vezes sou rabugento,
Mas não sei ficar sozinho
Nem que seja um só momento.
Por favor, fique ao meu lado,
Alegrando o meu viver
E serei sempre feliz
Só querendo lhe querer.
E depois, já bem velhinhos,
Meu amor vou repetir
E aos netos vou contar
Como é bom o amor sentir.
E se por Deus escolhido,
Um milagre acontecer:
Ter de novo a juventude!
Com você quero viver!

 

(Para a mulher, Marilene, aos 30 anos de casados)

 

OBRIGADO, AMOR!

 

Obrigado, meu amor, por teu amor por mim!
Obrigado! Que tenha sido grande ou mesmo pouco.
Tamanho não importa, esse amor foi trampolim
Para mergulho infinito em sonho muito louco!

Um sonho também lindo, da vida fez comédia,
De risos muito fartos, feliz de estar contigo.
Tristezas que vieram jamais foram tragédia,
O azul sem-fim do teu olhar é meu abrigo.

Aquece o coração, mesmo nos dias frios!
Protege nas manhãs, das noites mal-dormidas!
Minha sede sacia em todos os estios.

Tua imagem mantém, depois das despedidas;
De alegria, as lágrimas me brota, como rios;
Traz a paz que irá comigo nas futuras vidas!

 

(Para o AMOR de uma Vida)