Por sua linguagem própria é reconhecido e compreendido qualquer que seja a língua dos personagens envolvidos. É universal, independe de idade, sexo, credo ou raça; pode envolver sentimentos mútuos ou não, mas é certo que não pode ser dado em comodato nem por empréstimo.
Uns o descrevem como uma coisa sublime, divina, majestosa; outros, genial, insubstituível, inesquecível. O certo é que o amor une pessoas, forma amizades, uniões estáveis, famílias.
Há, alem do amor que envolve corações e sentimentos, o amor material que abarca e se dedica ao trabalho, aos esportes, às artes, ao desconhecido além do amor platônico etc.
O amor filial começa no nascimento, cresce com o calor dos pais e segue as estradas da vida, o destino de cada ser; o maternal /paternal começa antes do nascimento do filho e segue por toda a vida dos pais. O amor entre pessoas, no dia a dia, nasce inesperadamente, vem da afluência de fatores externos que interagem e determinam a necessidade de estar junto, envolvendo grande afeição e afinidades. É imperativo, envolvente, imprescindível; leva às raias da indispensabilidade, da psicose, da insensatez, da loucura. Tudo nos leva ao devaneio, à vontade de viver intensamente cada momento, cada detalhe que observamos e valorizamos, guardando na mente como se estivéssemos batendo uma fotografia.
O tempo vai passando, mas aquelas ocasiões remotas de adolescentes românticos não ficam esquecidas; a dramaticidade, a descrição e contenção de minudentes detalhes sempre nos incitam e nos renovam; é o amor cálido, ardente que rolou; se externarmos a outrem parecerá uma fábula. Vivemos para isso mesmo, ter amor pela vida, por nossos semelhantes como a nós mesmos, pelas coisas materiais que nos elevam e permitem que concorramos para a grandeza da humanidade. O tempo passa, mas o sentimento e o dever ficam registrados nas mentes e na história da vida. Não há mágica, é o caminho percorrido quando obstáculos foram ultrapassados e objetivos atingidos; detalhes singelos recordamos e nos deixam presunçosos.
O material é, às vezes, mais forte e incontrolável, levando a desatinos, pilhagem, roubo, falsidades, embustes, calúnias e até rompimentos; ao trabalho leva ao esquecimento da família, do descanso e do necessário entretenimento. Ao esporte leva a integração a grupos diferenciados, com dedicação integral, proporcionando orgulho e aumentando a autoestima. O amor às artes desenvolve o desejo de mais conhecimento, dedicação e eleva sobremaneira a autoestima, o “eu” artístico.
Encontramos na história exemplos clássicos envolvendo amores tensos, empolgantes, desastrosos, impossíveis e até platônicos. Um dos mais badalados foi o de Édipo, um personagem da mitologia grega, famoso por matar o pai e se casar com a própria mãe. Esta passagem mitológica deu origem à obra-prima “Édipo Rei”, tragédia grega escrita por Sófocles.
Amor, esse sentimento que induz a aproximar, a proteger ou a conservar a pessoa pela qual se sente afeição ou forte atração, leva, pelo ciúme, a desatinos que o aniquilam. O amor platônico é tido como amor espiritual, sem desejo sexual, às vezes sonhos ou outras ditosas realidades que não são comuns em nossos dias. Quantos de nós não tivemos um amor psicológico ou um que não passou de uma eventual e infrutífera abordagem. Amor impossível, impraticável, excêntrico nos atrai e leva a sonhos com detalhes e perfeições. Quanto mais difícil, parece ser, maior e excepcional. O inusitado, excêntrico é fugaz, não soma, apenas deixa lembranças que o tempo desfaz.
Amor, estranho amor, que mata para se sustentar e alimentar uma alucinação. Amor, estranho amor, que não passa de uma ilusão, de um pobre coração, que destrói, sem dó nem piedade anos de formação, entendimentos e renúncias; que abandona na melhor hora, na hora de aconchegar. O amor às artes é, sem duvidas, o que reúne o imaterial com o material; torna-se um vício, sem corromper, depravar nem matar. Os grandes nomes das artes foram amantes inveterados, mas extremados e dedicados músicos, compositores, poetas, escritores, pintores, escultores ou romancistas. Por serem grandes em sua arte sentiam necessidade de “viver um grande amor”. Grandes conquistadores de reinos, países, mentes e avanços científicos em nossa civilização também estiveram abraçados a amores que impulsionavam suas energias, emoções, pujanças, vontade e potencial. Não podemos olvidar que o amor alimenta o espírito, oxigena a alma, pode ser parecido, nunca será igual.
Amor, divino, que me arrebata das lides diárias, do sonho acalentado e me compele a escrever. O artista é um ser privilegiado porque foi escolhido por Deus e capacitado a dar e receber amores imateriais e materiais, mesmo aqueles que purgaram através de deficiências físicas ou monetárias.
Amores há que ficam para sempre, mesmo se outros amores vêm e depois vão. Deixam aquela sensação de inacabado que nos persegue pra sempre. Amor com ou sem explicação sempre existiu e existirá.
Justapostos, explicam uma nítida predestinação.
Amarei. Amarás!
Enquanto não encontramos a alma gêmea, sentiremos aquela sensação que ninguém sabe definir, mas é nítida e clara. Amor, aquele pedacinho que nos faz falta, sentimos sua ausência, porque o temos idealizado. Colocamos em nossa cabeça que aquela pessoa é exatamente o que esperamos, contra tudo e contra todos.
Todos os amores citados atravessaram séculos de evolução nos costumes e tradições, insinuando um vaticínio. Dirão vocês que estou valorizando o irrelevante, o secundário. Desculpem meu possível equívoco, mas se me perguntarem por que estou dizendo e escrevendo tudo isso, eu me justificarei explicando: vi, ouvi e vivi. A vida me fascinou. Um episódio recente em meu círculo de amizades, antes de uma festividade, definiu uma situação em virtude da indiferença de uma das partes e interesse da outra; é isso e muito mais. . . Chamou minha atenção o maior negócio de todos os tempos e o epílogo de um amor que considerava imorredouro.
AMOR
Creio que quando acontece de um amor impossível se tornar possível, isso quase sempre rouba a magia do sentimento. Inconscientemente muitos sabem disso, o que leva pessoas a preferirem viver um impossível que dá satisfação que um possível que pode abrir os olhos para a realidade. Porque uma vez que o amor torna-se possível, acaba a expectativa, acaba o sonho... e o homem foi feito para ter sonhos, pra esperar por eles! O que explica o porquê de uma pessoa amar outra pela eternidade e nunca se declarar, de certos amores virtuais preferirem continuar no virtual.
Um amor impossível pode marcar uma pessoa mais que toda uma vida vivida ao lado de outra. E no outono da vida, quando o passado se faz mais presente que o próprio presente, é aquele amor que vai fazer brilhar os olhos e lembrar ao coração que ele ainda bate.
O impossível é belo e marcante e mantém acesa a chama no coração do homem, fazendo-o se sentir vivo.
Amei, amaste!
O AMOR do idoso é calcado em novas realidades; sua vivência o
conduz a valores amadurecidos, prontos para a ocasião.
• amour, love, die liebe, Láska, Liefhebben, amur, Iubire , Kärlek
AMOR
= a =
Nilo Carboso Daltro |