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O Encontro dos 40 anos

Dia 20 de julho: Quinto Aniversário do Site!
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É uma grande oportunidade para relembrarmos como foi a comemoração dos 40 anos de Aspirantado.

Então, prosseguindo os assuntos de 2002, quando iniciamos o site, vamos recordar os textos divulgados à época sobre a comemoração dos 40 anos. Quem lá esteve, poderá relembrar as emoções. Quem não esteve, e irá este ano, poderá avaliar o que vai encontrar de bom. E quem não esteve e não puder ir, ainda este ano, é bom ler, para que na próxima, estejamos juntos, com muita alegria.

A narrativa é de nosso inesquecível Tavares, o Pingüim, um grande colaborador da 1a. fase.
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O ENCONTRO DOS 40 ANOS DE FORMATURA DA TURMA DUQUE DE CAXIAS

:: IIª PARTE :: IIIª PARTE :: ULTIMA PARTE ::

DIA 06 DE DEZEMBRO DE 2002 (SEXTA-FEIRA):

Finalmente, chegou o grande dia, o dia de partirmos para a Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende, no Estado do Rio de Janeiro.

Infelizmente, nem todos foram, já que a maioria não pode comparecer, ou para não ter muitas emoções, ou por motivo de doença ou mesmo, quem sabe, por ressentimentos passados que não souberam superar. Uma pena! Mas, um expressivo número de oficiais compareceu, muitos deles com familiares, abrilhantando aquele grande momento.

Devem ter comparecido de 155 a 160 Aspirantes de 1962. A maior representatividade já acontecida na AMAN. Só mesmo a Duque de Caxias, para ser a diferente.

O nosso grupo que saiu do Clube Militar da Lagoa, às 10:00h, numa Van alugada, com 15 lugares e ar condicionado, dirigida pelo simpático Walter da Trindade (F:9921-3049), era composto de Camurça (Int), sua esposa Thelma, com a acompanhante Maria Elizângela; o Stélio Ramalho (Eng), sua esposa Ivete e cunhada; Castelo Branco (Inf) e a esposa Júlia, e este (Inf) que vos escreve com sua mãe, Sylvia, nos seus quase 87 anos de idade, bem vividos, graças a Deus.

Infelizmente, D. Solange, sua nora, não pode vir de Recife acompanhando seu amoreco. A Van era a própria caravana do Nordeste, mais para o Ceará, evidentemente. Parabéns para a D. Thelma, do Camurça, pela superação dos problemas de saúde, enfrentando dificuldades e distâncias, para estar presente num momento tão importante para o seu marido.

Ainda no Clube Militar, enquanto a turma embarcava, encontramos o Aldo Demerval e o Muzzi, ambos de Infantaria. Muita festa, pois não nos víamos há muito tempo. Aldo afirmou que iria ao encontro da turma no sábado, mas já o Muzzi disse que ia viajar de volta à Brasília, onde mora, por ter compromissos. Ficamos tristes por não poder contar com o irmão de armas na reunião. Também vimos o Gen Correia, nosso comandante do Corpo de Cadetes, no período de 60 a 62, todo empertigado nos seus 93 anos, e que nos abraçou efusivamente.

A viagem transcorreu otimamente, sem correrias, com algumas piadas, como a que Ramalho nos contou sobre os dois cidadãos que se apresentaram no posto de recrutamento, e o primeiro, o Duda, ao ser entrevistado pelo sargento, não soube responder o que significava a Bandeira Nacional que estava ali, tendo, então, o sargento dito que era a mãe de todos, como se fosse mesmo a sua mãe, pois representava a Pátria. O amigo a tudo assistia, e quando chegou a sua vez de responder a mesma pergunta, de pronto disse ao sargento: “É a mãe do Duda.” (fecha o pano). O tempo passou rápido, com a lembrança de outras reminiscências, inclusive referências aos tantos companheiros que já se foram, de modo que por volta das 1240h estávamos em Resende. Tavares, sua mãe e a família de Ramalho desceram no Hotel de Trânsito da AMAN para guardar as malas nos respectivos apartamentos. Os demais iriam para dois hotéis de Resende. Castelo Branco para o River Park (?) e Camurça para o Plaza Hotel. No HT, já de saída encontramos Pádua (Inf), que com seu chapéu de abas largas e de bigodão branco mais parecia um coronel do Império; Genuíno (Inf), sempre muito falante e simpático, com um pouco menos de cabelo; Gen Castro, o quatro estrelas, oficial mais antigo da turma, sempre muito educado e cordial, a quem prestamos nossos sinais de respeito e de disciplina; José Alves (Int), nosso vereador pelo PAN(Partido dos Aposentados da Nação) em Recife; e para arrebatar, digo melhor, arrebentar com todos os nossos ossos (da mão e da coluna), o inigualável Borges (Inf), mais conhecido como Borjão. Pobrezita da mãezita do Tavares que foi cumprimentá-lo. E ela que é pianista, hein? Tenho certeza que lá no âmago ele com certeza foi xingado direitinho.

Bem, dali do HT, por indicação de Camurça, que tinha um companheiro mais antigo esperando por ele, fomos direto para o restaurante “Peixe Boi”, situado no bairro Comercial, aonde Boi nós não vimos passar, mas peixe até que tinha. Comemos Filé de Bajo a Dorê, com molho de “camarron”. Demorou a chegar o tal peixe (acho que foram pescar no Paraíba), e, enquanto isso, todos aproveitaram para beber e conversar com os companheiros que já se encontravam ali. Assim, reencontramos o Oliveira, Mesquita e Pires, todos de Infantaria, e também o Thirso de Inf-60, que almoçava com sua turma. O almoço terminou lá pelas quatro da tarde e cada família tratou de ir para seu hotel a fim de tomar banho (era preciso), descansar e se preparar para o coquetel dançante à noite, no Círculo Militar da AMAN –CIMAN.

Chegou, então, a hora tão esperada: a do coquetel. Seria o início realmente de grandes reencontros e emoções, abraços, apertos de mãos, muitos risos e gozações, e porque não dizer de ampla felicidade. Às 1930h nossa Van partiu para o CIMAN, que está situado junto da Vila Militar no bairro dos Guararapes. Fomos os primeiros a chegar e ainda pegamos as belas e jovens recepcionistas arrumando os envelopes da Turma na mesa, na entrada do clube. Cada um recebeu seu envelope contendo um lindo crachá, com foto de cadete, nome de guerra e a arma, quadro ou serviço. E, mais um folder com mensagens de agradecimentos aos professores, instrutores e familiares, e mais a canção da AMAN, ainda com o assobio. Continha um anexo com os nomes dos companheiros que já se foram para um mundo melhor. Puxa, a cada leitura se surpreendia com o nome de alguém que não sabíamos de seu falecimento. Que pena! Ao todo 49: Inf-12; Cav-6; Art-7; Eng-7; Int:14 e Mat Bel-3. Um grande momento de reflexão e de pedidos ao nosso bom Deus para que os tenha acolhido em seu reino e que, também, olhe por todos nós, seres ainda vivos, dando-nos saúde para muitos reencontros e muita paz de espírito.

Com certo pontinho de orgulho colocamos o crachá na camisa (Tavares tinha dois, pois fora o único que havia levado o biriba original de cadete) e adentramos pelo salão ainda vazio. Assim, também nosso grupo foi o primeiro a ser servido pelos garçons que, de repente, surgiram a nossa frente. Depois, com o salão cheio foi bem mais difícil descobrir um no meio de todos. Pudemos também apreciar a chegada da maioria dos colegas e, dentro do possível, procuramos abraçar e falar com todos. Não é possível nomear todos com quem falamos, pois não queremos cometer injustiças, mas uma certeza se tem: de que a emoção de rever companheiros, alguns, inclusive, que não víamos desde do Aspirantado, foi muito grande, e esse grato momento nos fez esquecer todos os sacrifícios que tivemos que fazer para estar ali. São 40 anos de formatura, não são 4 anos. Não podíamos deixar passar o bonde da história de nossas vidas. Daqui para frente, com o avançar da idade, ficará cada vez mais difícil novos encontros como esse. Só quem esteve ali presente sabe do quanto foi importante esta festa para nós e, também, serviu para retificar a grandeza da turma Duque de Caxias e fortificar a união que devemos ter como companheiros de Armas e Serviços. No dia seguinte já se ouviam idéias para se fazer uma reunião a cada 2 anos, ou quem sabe até mesmo antes, em determinada região do país, por rodízio, a começar pelo Nordeste ou Brasília.

O coquetel dançante, isto é, mais coquetel do que mesmo dançante, pois a turma queria era bater papo, mereceu grau dez aos nossos principais organizadores, Hiram (Inf) e Xavier (Inf), que foram incansáveis para que tudo desse certo. Salgadinhos, doces e bebidas à vontade, e, diga-se de passagem, com muito uísque do bom e do melhor. Infelizmente, confessamos que tivemos que aproveitar essa colher de chá, em toda a sua plenitude, mas sem sair, ou cair, do sério. A música estava de acordo com o ambiente e favoreceu alguns casais a tomarem coragem para pisar no pé da digníssima esposa. Com mil perdões, é claro. Para ilustrar a reunião, um telão colocado estrategicamente do lado direito projetava imagens e mensagens, alusivas ao evento e aos companheiros que se foram. Sinceramente, o copo que segurávamos na mão, bem como o falatório daquela turma toda reunida, não nos deixaram fixar a maior parte da projeção. Aqueles Aspirantes pareciam lavadeiras tal o vozerio. Ah! Quantas lembranças foram ali ditas. Pena não termos levado um gravador. Que outras turmas lembrem-se desse singular detalhe.

D. Sylvia Tavares, ou melhor, Professora Sylvinha, foi a única mãe presente (que sorte nossa, hein?) e, por isso mesmo, ela teve também muitas emoções (só faltou Roberto Carlos), além de ter sido tratada com muito carinho por todos, principalmente por aqueles que já a conheciam de outras eras, digo, décadas (de 50 e 60, na EPF e na AMAN, respectivamente). O companheiro Vilela (Art), um goiano que virou mineiro de Belzonte, uai, foi um que se emocionou ao vê-la, pois deve ter visto passar um filme em sua cabeça, reportando-o a 1957, na Escola Preparatória de Cadetes, em Fortaleza, quando, por diversas vezes, fora conversar com a mãe do aluno 295, que se encontrava muito doente, quase à morte, na enfermaria da escola, e, assim, ele pode aproveitar um pouco do calor materno daquela que lembrava a que ele havia deixado tão longe. Tivemos pena de não poder contar com a esposa do Tavares para essa grande festa, mas ela estava bem representada.

Tivemos a alegria de reunir numa foto, que agora se tornou histórica, quatro dos seis aspirantes do 12º Regimento de Infantaria, de Belo Horizonte, o famoso “Treme-Terra”. São eles: Waltemberg, Tavares, Paixão e Rocha, todos de Infantaria. Faltaram o Muzzi e o Castro, este falecido há pouco tempo atrás. Mas, de qualquer maneira, não deixa de ser uma grande lembrança, que acreditamos poucos possam ter tido este prazer.

Tivemos, também, alguns contratempos nesse coquetel, e desde já pedimos nossas desculpas: a dificuldade de reconhecer certos companheiros de pronto, por terem alguns pintados, propositadamente, seus cabelos de branco, outros deixados o bigode crescer ou a barriga ganhar certo volume, uns poucos audaciosos rasparem a cabeça, ou tudo isso junto.Aí, entrava aquela ginga de corpo, meio embromativa, para enxergar o crachá e tentar descobrir o nome dos companheiros, sem demonstrar nenhum espanto ou esquecimento. Parecia até o Paulo Silvino, o quebra-galho: “cara-crachá; cara-crachá. Ih! Está com a cara do cadete fulano!” Bem, brincadeiras a parte, devemos é nos preocupar mais com nossa saúde e nosso bem estar para termos uma vida  melhor e mais duradoura. Se conselho fosse bom dava uma boa grana, mas para aos inveterados fumantes lembramos que nunca é tarde demais para largar o vício e viver mais saudavelmente. Portanto,  vamos falar bem baixinho: 
PAREM DE FUMAR!

Encontros raros como este nos permitem ouvir relatos, não só que já havíamos esquecido como os que não sabíamos. Exemplo disso foi o contado pelo companheiro Paraguassu (Eng), ao lembrar a ida que teve à casa dos pais do Tavares, no Jardim Botânico, no Rio, em dezembro de 1960, quando precisou de um préstimo do Professor Roberto, que havia conhecido, por acaso, no centro da cidade, para que fosse avalista de uma passagem aérea para o Piauí, a fim de que pudesse passar as férias escolares. O interessante disso tudo, foi o modo que ele veio a encontrar a residência do professor. Tendo saltado em Copacabana, por engano, e com muito dinheiro no bolso, como sói acontecer com cadetes, orientou-se, conforme haviam lhe dito, pela posição do Cristo Redentor, indo a pé até o bairro do Jardim Botânico, pela Lagoa Rodrigo de Freitas, vindo a parar, de repente, em frente ao portão da casa, sem saber exatamente se estava certo, quando a esposa do professor, a D. Sylvia, apareceu na varanda do segundo andar e vendo-o olhando para o Cristo, perguntou o que estava procurando e ao ouvir a resposta ela o mandou entrar. Que sorte! Isso é bem coisa de índio desbravador para chegar num lugar desconhecido.

E, assim, de conversa em conversa, parando aqui e ali, sentimos que aos poucos o salão ia esvaziando, os garçons sumindo e, nesta altura, já passava da meia-noite. Era hora de pegar a diligência antes que virasse abóbora. Por uma questão de coerência, os primeiros a chegar são os últimos a sair. Novo ditado. Sr. Valter nos esperava com sua Van, já tendo ido levar os demais aos sues respectivos hotéis na cidade. Fomos, então, para a justa e merecida dormida no Hotel de Trânsito, com o coração cheio de uísque, digo, cheio de alegria e de felicidade, bem como com aquela sensação do encontro cumprido, ou devemos dizer comprido.

II ª PARTE

 DIA 07 DE DEZEMBRO DE 2002 (SÁBADO):

Dia claro com céu de Brigadeiro. Prometia muito calor. A Alvorada poderia ter sido festiva, mas ficou por conta de cada um dos hóspedes em seus respectivos apartamentos. Pulamos da cama com a sensação de que era o dia do aspirantado. Boa chuveirada para acordar e voltar ao normal. Café da manhã no Hotel de Trânsito com muitos cumprimentos de bom dia e alegria nos rostos de todos.

A programação previa que a reunião da Turma, no novo Anfiteatro da Academia, fosse entre 0900h e 0945h, para que a solenidade pudesse começar às 1000hs. Para os católicos que quiseram assistir foi rezada uma missa em Ação de Graças, na Igreja da Escola, entre 0800h e 0845h.

Nossa Van nos apanhou às 0915h. Logo, estávamos de frente ao portão monumental da AMAN, pronto para cruzar todo o retão. Mais um momento de muita emoção, principalmente para os que há 40 anos não faziam isso. Chegamos no estacionamento por volta das 0930hs e, como sempre, fomos os primeiros a entrar e sentar nas poltronas do Anfiteatro e ali aguardamos os demais chegarem. Fazia muito calor, pois infelizmente não ligaram o ar condicionado por motivo de defeito; essa foi a desculpa que deram para nós. Assim, muitas senhoras improvisaram o ar particular, pondo seus leques a trabalhar. Duas turmas se reuniam naquele momento: a Duque de Caxias, de 1962, e a de Felipe Camarão, de 1982. A 1ª ocupou as cadeiras à esquerda e à 2ª as da direita do auditório. A turma de 1982 apresenta-se fardada, pois todos ainda estão na ativa e o número de pessoas era bem pequeno em relação a de 62, que tem a quase totalidade na reserva.

O cerimonial anunciou o comandante da AMAN, que subiu ao palco para dar as boas vindas as duas Turmas, dizer da satisfação de estar recebendo companheiros da reserva e da ativa que estavam ali para comemorar 40 e 20 anos, respectivamente, de formatura. Em seguida, foi passado um vídeo sobre a Escola que durou exatamente 18 minutos, e, diga-se de passagem, está muito bem feito, e todos que adquiriram o vídeo de lembrança vão ter também aquele documentário. Veio, então, o Gen Ex Castro que, como mais antigo oficial general na ativa e da Turma 62, enalteceu a importância daquele encontro e agradeceu nominalmente os companheiros que haviam se empenhado para que a festa fosse um sucesso. Depois o Gen Ex R1 Correia, ex-comandante do Corpo de Cadetes, durante os anos de formação da Turma Duque de Caxias, subiu ao púlpito para ler seu discurso. Suas palavras emocionaram a todos. Foi um lindo momento de reflexão e de volta ao passado.

Muitas palmas ecoaram por todo o anfiteatro, e por alguns minutos elas foram ouvidas, tal foi o clima de emoção que envolveu todos os presentes que chegaram a se levantar para aplaudir. Assim, nesse clima passamos a cantar a canção da Academia, sob os acordes da banda do BCSv. “Academia Militar, Heróis a lutar........Seja o lema da Mocidade Brasileira.” Foi outro momento de arrepiar os cabelos dos braços (e só). O assobio do meio da canção quase não saiu devido ao engasgue provocado pela saudade dos tempos de cadete. Ah! E já se foram 40 anos. O tempo é realmente implacável e o que passa não volta mais. Por isso, não podemos perder as oportunidades que a vida nos dá de curtir a felicidade, de curtir os bons momentos com a família, com os netos, com os nossos parentes, amigos e companheiros.

Dali, do anfiteatro, saíram todos para tirar as fotos da Turma. Aproveitando as largas escadarias, os mais de 150 aspirantes se ombrearam para a grande e memorável fotografia. Depois, juntaram-se os familiares e aí quase que os degraus não comportavam tanta gente. Foi realmente a maior comitiva já vista na AMAN. Uma beleza! Agora imaginem se mais companheiros tivessem comparecido. Iria para o livro dos Kiness. (será assim que se escreve?

De todos os companheiros teve um que se sobressaiu pela sua total indiscrição, não só ao chegar no auditório como também ao se dirigir às pessoas durante os preparativos para as fotos ou para entrar em forma para o rancho. Acho que fazia questão de se fazer presente, e acredito que tudo isso devia ser devido a euforia da ocasião.

Depois disso, e mais das diversas fotos particulares que muitos quiseram tirar com os parentes e amigos, foram todos para a pérgula, à esquerda do PTM, para a inauguração da placa dos 40 anos. Conseguimos uma boa posição bem à frente para poder acompanhar o evento e tirar fotos. Na parede, pudemos ver as placas anteriores: dos 10, 20, 25, 30 e 35 anos, uma em cima da outra. Acima da última, a placa a ser inaugurada coberta com a flâmula da Academia. Próxima da parede ficaram o Gen Castro, o Gen Correia e os companheiros Xavier e Hiram. O descerramento, a pedido do Gen Castro, foi realizado pelo Gen Correia, mui merecidamente. O Hiram leu em voz alta o constante na placa:
Dali, todos foram para o saguão do antigo cinema a fim de se formarem grupos para uma visita às instalações da Academia. Estava muito quente e os copos de água que distribuíram ao pessoal não deu conta para atender todos. Alguns tiveram que se servir do bebedouro existente nos banheiros do cinema. Formamos um pequeno grupo  e partimos para o “tour” tendo como guia uma tenente, algo que 40 anos atrás não se podia imaginar ter oficiais mulheres. Passamos pelo corredor das bandeiras históricas, por um outro com belas pinturas históricas, feitas pelo oficial Estigarríbia, pela antiga biblioteca com toda aquela pompa e também com quadros imensos dos nossos principais heróis e patronos do Exército. Vimos a nova biblioteca, o novo pavilhão de comando e conhecemos como são as alas com os apartamentos dos cadetes do 3º e 4º Anos. Fomos ver também a parte antiga, onde ficam os cadetes dos 1º e 2º Anos, e visitamos dois apartamentos que servem de museu. Nesses, ao olharmos os detalhes, inclusive das pantufas junto às portas do alojamento, sentimos-nos transportados no tempo, voltando aos idos de 1960, e aí o coração apertou e pulsou mais forte.

Ao término da pequena viagem de turismo, os Aspirantes se reuniram no pátio Tenente Moura, o famoso PTM, para aguardar o toque de rancho. Os familiares ficaram aguardando na pérgula o início dessa atividade para poder entrar no refeitório. Bem, depois de um certo tempo para conseguir colocar todos em forma, uns inclusive não querendo sair do lugar em que se posicionaram, foi dado o toque de corneta, a banda começou a tocar, bateu o bumbo, alguns se atrapalharam ao romper a marcha, mas no fim todos bateram os calcanhares, se alinharam e adentraram no refeitório, só parando junto às cadeiras em frente das mesas redondas. As famílias foram se chegando e logo todos estavam sentados. O serviço do almoço foi self-service e havia muita fartura. O cardápio constou de: saladas, arroz, creme de milho, batata sotê, frango e medalhão. A sobremesa foi sorvete. 
Em taças foram servidas: refrigerante (coca cola), cerveja e água. Tudo muito bom.

Na saída do almoço, um alvoroço para as últimas conversas, troca de cumprimentos e abraços, buscas pelas fotos da Turma, acertos com o pessoal da Seção de Meios para a encomenda do vídeo e últimos retratos em grupo. O pessoal da Infantaria conseguiu se reunir no PTM para essa foto única e memorável. A turma foi se dispersando para ir embora e uns poucos preferiram realizar um passeio de ônibus pela Academia para rever e conhecer as partes novas, como Estande de Tiro, Curso Básico e Seção de Operações Especiais.

Nós estávamos nesses poucos que queriam ainda passear, e como sempre fomos os primeiros a entrar no ônibus. Foi uma bela e saudosista volta pelos Parques de Instrução e Aquático que valeu a pena não ter perdido. O bom de tudo foi ver que a parte antiga está muito bem conservada e a nova é realmente deslumbrante. Parabéns a nossa Instituição por mantê-la em nível tão elevado dando ao futuro oficial um ambiente e uma formação que não ficam a dever a nenhum país de primeiro mundo.

Após o passeio, voltamos para o HT, por volta das 1600hs, para descansar o corpo e a mente e nos prepararmos para sair à noite para ir até Penedo, jantar com alguns dos companheiros. Mas, o principal já havia sido feito e estava acabado, agora o que viesse era complemento, lucro para as nossas memórias. Novo encontro como esse quem sabe só daqui a 5 anos.

A ida a Penedo ficou um pouco prejudicada pela chuva fina que caiu. O vilarejo está uma graça, todo iluminado para o seu festival de Natal. No restaurante encontramos vários companheiros dando-nos oportunidade de conversar com mais vagar e bater novas fotos. Uns pediram pizza, outros peixe, já que a especialidade da casa era pratos com trutas. Depois do jantar e de mais despedidas fomos visitar um pequeno shopping com várias lojas de artesanato e aproveitamos para tomar sorvete finlandês. Uma delícia só comparada aos italianos. Ficou combinado com o grupo da Van que retornaríamos para o Rio no dia seguinte às 0900hs. Debaixo de fina chuva nos recolhemos aos hotéis para a última noite em Resende.

III ª PARTE

DIA 08 DE DEZEMBRO DE 2002 (DOMINGO):

Assim foi feito conforme o combinado. Saímos na hora prevista deixando para trás momentos inesquecíveis, que ficarão gravados nas nossas memórias e nas fotografias tiradas. O tempo havia melhorado tendo a chuva do dia anterior amenizado um pouco o calor. Pudemos, então, fazer uma viagem tranqüila, parando no meio do caminho para um refresco. Muitos casos foram contados, mais do que na viagem de ida. Ouvimos a história interessante de um cidadão que num dia muito apertado para urinar não agüentou chegar em casa e se desfez dentro do elevador, causando um certo mau cheiro e a necessidade de ser inventado uma desculpa para o fato. 
Assim,  a culpa recaiu num pitbull da vizinhança.
Alguém contou também a historia dos papagaios. Duas papagaias repetiam muito a frase “sou prostituta, quer se divertir”, e a pessoa que as comprou não sabia mais o que fazer. Até que conversando com o padre este disse que tinha dois papagaios que viviam rezando e clamando ao Senhor, e que emprestaria os mesmos para passar uma temporada com as duas papagaias. Assim que eles chegaram na casa da mulher as papagaias disseram “sou prostituta, quer se divertir”. Um papagaio virou-se para o outro e falou: “Não disse que valia a pena rezar. Nosso pedido foi atendido.” Falou-se também em nomes esquisitos dados a pessoas sem instrução, como: Antonio Manso Pacífico de Oliveira Sossegado, Antonio Veado Prematuro. Ava Gina, Bucetildes, Carabino Tiro Certo, Dolores Fuertes de Barriga, Gerunda Gerundina Pif Paf, Holofontina Fufucas, Hypotenusa Pereira, Ilegível Inilegível, todos verdadeiros, querem mais? Só na próxima reunião. É claro que não foram exatamente esses os nomes lembrados, mas isso foi só para não deixarmos de citar o “causo”.

Por volta das 1200h, aportamos sãos e salvos na porta do HT da Lagoa. Agradecemos o nosso motorista Walter por tudo e fomos almoçar ali mesmo no clube, não sem antes tomarmos aquele chope para comemorar o sucesso de toda aquela viagem. Após o almoço, nos despedimos e fomos para casa que fica bem próxima dali. Agora só nos cabia vir a relembrar tudo nesta resenha sem pretensões didáticas com a língua portuguesa. A convivência com os companheiros do Ceará e suas famílias nesses 3 dias foi maravilhosa e deixará saudade.

ÚLTIMA PARTE

Para concluir, fechar com chave de ouro estes registros, não poderíamos deixar de dizer que nada disso teria sido realizado, que essa grande reunião da Turma de 62 não teria havido, se não tivéssemos tido companheiros altamente dedicados para que tudo pudesse ter saído com tanto sucesso. O brilhantismo do encontro dos 40 anos de formatura deve-se, entre outros, a duas pessoas em especial, cujos nomes são Xavier e Hiram, e que fazemos questão de fazer o registro, e, em nome de todos, agradecemos os esforços despendidos, as horas de sono perdidas, o lazer com a família, por vezes,  deixado de lado, as idas a Resende para acertar os detalhes, enfim, uma série de providências que redundaram no que todos presentes aos eventos viram e sentiram. Parabéns aos queridos companheiros, principalmente, e a nós todos, também, por termos comparecido e prestigiado. 

Que a próxima reunião da Turma Duque de Caxias tenha, no mínimo, o mesmo êxito.