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José Tolentino de Menezes Sobrinho


 

 
   

Amaury  P. Teixeira, em e-mail de 24 de janeiro de 2006 escreveu:

 

(Publicado no “O Intendente 1962 – Ed. 31/Jan/2006)

 

Prezado amigo Camurça, saudações.

A gente sempre sente muito quando tem notícia do falecimento de nossos colegas. É assim também com o Tolentino. Fomos companheiros de Curso de Intendência somente na Academia, não de Apto, pelotão, mesa, etc. Não me recordo de ter sido da turma de aula dele mas me lembro da maneira singular como ele respondia às chamadas, destacando bem as sílabas de seu nome de guerra, quase que se engasgando no final.

Era tranqüilo, alegre e colaborador, daqueles que dão valor à amizade e ao bom companheirismo.

O destino não nos cruzou muito, ao longo dos cursos e transferências que tivemos. A última vez que o vi foi em Brasília; se não estou enganado ele servia na área da SEF, e eu estava chegando para a extinta DMI. Naquela ocasião já eram mais ou menos nítidos alguns sintomas da enfermidade, que ele suportou com resignação, sem perder a fé e a esperança.

Quando nossa turma comemorou os quarenta nos de Aspirantado ele não pôde comparecer, mesmo residindo em Resende, pelo agravamento da moléstia.

Estarei orando por esse amigo que perdemos.

Um abraço do Amaury.

 

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Cantídio Rosa Dantas, em  e-mail de 24 de janeiro de 2006 escreveu:  (Publicado no “O Intendente 1962” – Ed. Jan/2006)

 

Para o amigo Tolentino

Ainda hoje pedi a Deus que receba a sua alma e conceda a paz que ele tanto merece.

O Tolentino continuará sempre aquele companheiro participativo e bondoso que sempre foi. Não pelo fato de ter passado para o andar de cima que melhorou. Sempre foi daquelas pessoas que passam  pela vida sem maledicência e apaziguando as costumeiras confusões.

Conhecemo-nos no CMRJ, mas ali todos estávamos crianças e jovens sonhadores. Talvez o Amaury possa dizer mais desta fase. Estreitamos mais nossos laços já na AMAN quando muitas vezes ele colaborou comigo dando ânimo para que eu pudesse terminar aquelas CORRIDAS MALIGNAS do morro do Bastião, Faz S. Maria e Monte Castelo. Era a palavra amiga o ânimo que nos faltava que ele comparecia providencialmente. Escusado dizer que me valia muito disso porque eu sempre fui uma negação na atividade. Estivemos também juntos, depois, de oficiais na Amazônia e aqui em Brasília. Aquele jeitão desprendido e sempre disposto a ajudar continuou como a sua marca registrada. Parece-me que o Nocchi também tem algo a falar porque ambos saiam muito juntos em Resende...

Já na reserva tivemos contato por ocasião do AFFAIRE condomínios de Brasília. Lutávamos então pela moradia. Nesta ocasião ele comprou uma chácara aqui na Euler Paranhos, e fui visitá-lo. Já estava muito debilitado e quase não tinha visão:  a diabetes já o maltratava demais. Sumiu de Brasília e não tive mais contato com ele. Tempos depois informaram que havia falecido e compareci ao enterro .Estranhei de não ter ninguém conhecido à exceção de uns Sargentos e oficiais do QOA. Quando comemoramos os quarenta anos de formados em 2002, na AMAN foi que descobri que era o Ten Tolentino que havia morrido, e o nosso Tolentino estava VIVÃO morando em Resende. Fato semelhante ocorrera comigo e o nosso saudoso Farias, de Cavalaria. Obrigado, Camurça, pela oportunidade que me concedeu poder relembrar o nosso Tolentino; descanse em Paz, amigão, pois em breve estaremos juntos outra vez.

                                                                                                                                                                                                                                                              Cantídio Rosa Dantas

 

 

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Carta de condolências enviada pelo Camurça, para dona Neide, em 22 de janeiro de 2006. (Publicada em "O Intendente 1962" - Ed. 31/Jan/2006)

 

Exmª Srª.

Neide Moraes de Menezes.

Estimada Senhora,

Posso dizer que represento os Colegas de Intendência da Turma Duque de Caxias. No final do ano de 2002, após os festejos da Reunião dos 40 anos na AMAN, eu fui de taxi e à noite, fazer-lhes uma visita. Lembro-me que encontrei o Tolentino ouvindo música clássica e ele me apresentou a uma valiosa coleção de CD’s. Dei de presente ao Amigo, um livro com a biografia do Frei Antônio de Santana Galvão. Sabia que o seu problema era nefropatia, o mesmo problema que ocorreu com a minha mulher Thelma, em julho de 1998.

A conversa foi curta pelas circunstâncias: necessidade de repouso, nada de emoções, e convivência curta. Vi os seus quadros e apreciei bastante.

Sei que o Tolentino se mudou para Resende para ficar perto do nosso comum amigo Mauro Nogueira da Silva, e assim poder receber orientação médica em maior freqüência e sem dificuldades.

Na noite deste sábado, dia 21, telefonei casualmente ao amigo Mauro que me deu a infausta notícia. Por dever e amizade, ele irá ao Rio para o enterro representando todos os colegas de Turma Duque de Caxias.

Todos os meses, eu edito um jornal noticioso da Turma chamado O INTENDENTE – 1962. Abordarei o passamento e enviarei um exemplar para a senhora.

Queira receber os nossos mais sentidos pêsames, em meu nome e de minha família, assim como de todos os membros de nossa Turma.

Mui atenciosamente,

 

JOÃO BOSCO CAMURÇA.

 

Camurça e Tolentino – Resende – 8 de dezembro de 2002.

 

Esta é a foto que exibe o Tolentino recebendo a minha visita no final da tarde de 8 de dezembro de 2002, quando se encerraram os festejos na AMAN, dos 40 Anos de nosso Aspirantado. A visita foi precedida de um telefonema para confirmar que o casal estava em casa. Fui de taxi e me lembrei dos tempos de cadete, fazendo corrida em carro de praça, ali passando por esta ou aquela rua, nos Campos Elísios e Manejo. Só que o motorista mal era nascido no ano de 1962...

O Tolentino ganhou um livro da biografia do Frei Galvão que eu acabara de ganhar do Amaury, praticando eu um repasse, pois eu já conhecia o venerável desde 1998. Eu devia ter lhe dado também a novenas e as pílulas devocionais que o Mosteiro da Luz de São Paulo fornece aos seus fiéis devotos. Mas, eu estava em viagem, e não me ocorreu tal feito.

Conversamos. Ele me disse que vendera o carro pois não dirigia mais. Tinha um motorista de taxi muito seu amigo que o atendia com regularidade. As sessões de hemodiálise a que ele se submeteu, tempos mais tarde eram feitas em Barra Mansa, já que Resende não possuía nenhuma clínica especializada. Exibiu com muito orgulho sua numerosa e belíssima coleção de CD’s de música clássica. A emoção me entalou o gogó por que o meu cérebro sempre emite pensamentos-interrogatórios: será que ainda vamos nos ver? Quando vamos nos ver depois? Até logo, meu amigo, adeus Tolentino!

E o taxi que tinha sido chamado manobrou na rua estreita, fiz as minhas despedidas, embarquei  e fui embora com o gogó cheio de nós e os olhos marejados

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