Exercícios Táticos ou Exercícios de Longa "Ralação"

 

Nos Exercícios Táticos, normalmente, todos dormiam em suas posições, em tocas e abrigos cavados, para dar mais realismo e não haver solução de continuidade.

É bom frisar que esses buracos eram cavados pelos próprios "hóspedes", com muito suor e lágrimas, principalmente, quando a picareta não conseguia romper o chão duro de pedras. Aí, os xingamentos corriam soltos e as mãos enchiam-se de calos. Houve, uma vez, ainda no 1o. Ano, quando do primeiro Exercício de Organização do Terreno - OT, em que sob um sol causticante, o Tenente Comandante do 3o Pelotão, ao qual pertencia Tavares, ao percorrer as instalações defensivas, para examinar a confecção de cada abrigo individual ou coletivo (para o caso de armas pesadas), deparou-se com seu Cadete sentado junto ao buraco, completamente desestimulado, por perceber que não iria conseguir atingir a profundidade necessária para sua proteção, no tempo determinado, e já estando com as palmas das mãos cheio de bolhas, achava que não tinha mais forças para continuar.

Foi quando ouviu do seu Comandante a ordem de continuar imediatamente, pois o dia estava terminando e aquela missão tinha que ser cumprida, a qualquer custo.

O olhar de fúria e de indignação lançada por Tavares ao Tenente foi quase um ato de "insubordinação", só contido pela paciência do Oficial, que pressentiu estar seu Cadete no limite de explodir.

Fez então chegar uma picareta maior, para, mais rapidamente, ser acabado aquele serviço. E fez ver que "a missão tem que ser cumprida de qualquer maneira e com qualquer sacrifício". 

Mais tarde, Tavares se apercebeu do quanto fora importante aquela experiência vivida com o seu Comandante de Pelotão.