A Artilharia de
campanha é o principal meio de apoio de fogo da Força Terrestre.
Suas unidades e subunidades podem ser dotadas de canhões,
obuses, foguetes ou mísseis. Tem por missão apoiar a arma-base
pelo fogo, destruindo ou neutralizando os alvos que ameacem o
êxito da operação. A artilharia antiaérea, componente terrestre
da defesa aeroespacial ativa, realiza a defesa antiaérea de
forças, instalações ou áreas. A artilharia de costa participa da
defesa contra operações navais inimigas em áreas marítimas
próximas ao litoral ou em águas interiores. Suas características
são a precisão e a rapidez, para destruir ou neutralizar as
instalações, os equipamentos e as tropas inimigas localizadas em
profundidade no campo de batalha. |
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“É com fogo que se ganham as batalhas; logo, aumente sua
Artilharia !” Frederico, o Grande
A Artilharia
brasileira tem lugar de destaque em nossa memorável história
militar. No século XIX, tendo à frente seu insigne patrono, o
marechal Mallet, foi fundamental para a vitória dos aliados na
Campanha da Tríplice Aliança. No século passado, integrando a
Força Expedicionária Brasileira (FEB) na II Guerra Mundial,
apoiou, com denodo e precisão, todas as operações da FEB.
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Ontem |
Hoje |
Nos dias de hoje,
acompanhando a evolução dos tempos, organiza-se em três ramos:
de Campanha, Antiaérea e de Costa. Possui uma gama variada de
materiais, que equipam suas organizações militares, para o
cumprimento das missões de apoiar pelo fogo as Armas-bases,
realizar a defesa antiaérea e defender a costa. Além disso, vem
aperfeiçoando, com o apoio da informática, seu Sistema de
Levantamento Topográfico, Busca de Alvos, Observação e Direção
de Tiro.
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FEB |
Ao lado de
armamentos que há várias décadas são dotações de nossas
organizações militares de Artilharia, observam-se equipamentos
que possibilitam novos padrões de eficiência operacional à Arma.
Destacam-se o Obuseiro 105 mm/C 14 M56, orgânico das unidades de
Artilharia das brigadas de grande mobilidade, como a
Pára-quedista e a Leve; o sistema Astros II de saturação de
fogos, empregadas pelas unidades de Artilharia de Costa; o
Obuseiro 105mm L118 Light Gun e a VBOAP M 109 A3, que vêm
ampliando a profundidade do apoio de fogo da Artilharia de
Campanha; e o os modernos mísseis IGLA, para a Artilharia
Antiaérea.
A preocupação do
Exército em incrementar seus meios de apoio de fogo demonstram
bem a importância da Artilharia no campo de batalha. Seu papel,
como no passado, continua inquestionável e fundamental.
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De Costa |
Autopropulsada |
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De
Campanha |
Antiaérea |
PATRONO |
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Mallet |
Emílio Luís Mallet nasceu a 10 de junho de 1801, em Dunquerque,
França. Veio para o Brasil em 1818, fixando-se no Rio de
Janeiro.
Mallet recebeu do Imperador D. Pedro I – que o conhecia e lhe
reconheceu a vocação para a carreira das Armas – convite para
ingressar nas fileiras do Exército nacional, que se estava
reorganizando após a recém-proclamada Independência. Alistou-se
a 13 de novembro de 1822, assentando praça como 1o cadete.
Iniciou, assim, uma vida militar dedicada inteiramente ao
Exército e ao Brasil.
Em 1823
matriculou-se na Academia Militar do Império. Como já possuía os
cursos de Humanidade e Matemática, foi-lhe dado acesso ao de
Artilharia. Nesse mesmo ano, jurou a Constituição do Império,
adquirindo nacionalidade brasileira.
Comandava
Mallet a 1a Bateria do 1o Corpo de Artilharia Montada quando
seguiu para a Campanha Cisplatina. Recebeu seu batismo de fogo e
assumiu o comando de quatro baterias. Revelou-se soldado de
sangue frio, valente, astuto. Fez-se respeitado por sua tropa,
pelos aliados e pelos inimigos.
Combateu ainda
na Guerra dos Farrapos, como comandante de uma bateria a cavalo;
e como comandante do 1o Regimento de Artilharia a Cavalo, em
operações na Campanha do Uruguai e na Campanha da Tríplice
Aliança. A artilharia de Mallet, em Passo da Pátria, Lomas
Valentinas, Peribebuí, Itororó, Avaí, Campo Grande, Tuiuti e no
cerco à fortaleza de Humaitá, fez o inimigo sentir o valor do
soldado brasileiro.
Na Campanha das
Cordilheiras, fase final da Guerra da Tríplice Aliança, foi
Mallet o comandante-chefe do Comando Geral de Artilharia do
Exército. Finda a campanha, já tendo ascendido ao posto de
brigadeiro, retornou ao Rio Grande do Sul. A 18 de janeiro de
1879 foi promovido a marechal-de-campo e a 11 de outubro de 1884
a tenente-general. Recebeu, ainda, a 28 de dezembro de 1878, o
título de Barão de Itapevi.
Paradigma de
chefe idôneo, espírito reto e ordeiro, caráter impoluto e
dinâmico, Mallet tornou-se o Patrono da Arma dos tiros densos,
longos e profundos. |
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